"Não se pode falar de educação sem amor".
( Paulo Freire )

terça-feira, 15 de junho de 2010

Como já havíamos falado em postagem anterior, este semestre estamos conhecendo um pouco mais sobre as pessoas com Necessidades Educativas Especiais. Nas aulas de Necessidades Educativas Especiais tivemos um Seminário que nos proporcionou conhecer um pouco mais sobre algumas necessidades. Iremos fazer um breve relato sobre cada uma delas:

DEFICIÊNCIA MENTAL:
A deficiência mental faz parte da história da humanidade desde os tempos mais remotos, quando os deficientes eram tratados como se fossem a personificação do mal. Porém, hoje em dia, existem muitas pesquisas que visam desestigmatizar conceitos pejorativos formados a respeitos da deficiência mental de um modo geral.
A Síndrome de Down é uma anormalidade cromossômica e foi descrita pelo médico inglês Langdon Down, em 1966, baseada nas características físicas associadas com um funcionamento mental subnormal. Cada indivíduo possui 46 cromossomos por célula, metade dos cromossomos é derivado da mãe e a outra metade do pai, logo 23 cromossomos estão no óvulo e 23 cromossomos estão no esperma.
No caso da Síndrome de Down há um material cromossômico excedente, ou seja, no momento da concepção uma célula germinativa fica com um cromossomo extra ligado ao par de número 21, por isso chama-se trissomia 21.
Em função da criança com deficiência mental ter suas funções intelectuais comprometidas, ela pode ter dificuldades de desenvolvimento e de comportamento, principalmente no aspecto da adequação ao contexto a que pertence. As dificuldades podem surgir também nas esferas da comunicação, do cuidado consigo mesma, dos talentos sociais, da interação familiar, da saúde, na segurança, no desempenho acadêmico, no lazer e no campo profissional.
Concluímos que, apesar dos muitos obstáculos freqüentemente encontrados pelos portadores, existe a possibilidade de desenvolvimento destas crianças, bem como uma crescente melhoria na relação afetiva com as demais, ditas “normais”, desenvolvendo assim aspectos cognitivos e emocionais.

DEFICIÊNCIA VISUAL


São classificados deficientes visuais os cegos e os com baixa visão. A cegueira é uma alteração de perda de visão que afeta uma ou mais funções como a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição. A cegueira pode ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita), ou posteriormente (cegueira adquirida) em decorrência de causas orgânicas ou acidentais.
A criança cega não dispõe de um resíduo mínimo da visão e necessita de métodos especiais para sua escolarização. È fundamental orientá-la a explorar os outros sentidos, com objetivo de torná-los aliados para o conhecimento de mundo.
O papel do educador na educação de criança cega é auxiliá-la inicialmente nas situações novas, mas incentivá-la a adquirir autonomia suficiente para realizar atividades possíveis sozinha. Incentive a adquirir independência para se locomover e sozinho e para cuidar de si mesmo e de seus pertences. Cultive em sua sala uma relação de cooperatividade.
As pessoas com baixa visão são aquelas que possuem -30% da visão ou superior no melhor olho com correção. A baixa visão causa uma redução de informações do ambiente, restringindo as informações que ele oferece.
É difícil identificar quando uma criança tem baixa visão. Ela enxerga pouco, mesmo com óculos. Porém nunca deve ser desprezado o resíduo que esta tem de visão, por menor que este seja, deve ser incentivada a usá-lo o máximo possível.
Não são cegas e não devem ser tratadas como se fossem. Ao notar que uma criança tem baixa visão é preciso ajudá-la a se familiarizar com o ambiente e com demais colegas. Acomodá-la próxima ao quadro ou mural, evitando muito reflexo de luz, mas observando se há iluminação suficiente para ela realizar seus trabalhos.

DEPRESSÃO INFANTIL

O diagnóstico de depressão é mais difícil nas crianças, pois os sintomas podem ser confundidos com birra ou falta de educação, mau humor, tristeza e agressividade. O que diferencia a depressão das tristezas do dia-a-dia é a intensidade, a persistência e o comprometimento das atividades normais. Nas crianças a depressão costuma manifestar-se a partir de uma situação traumática, como separação dos pais ou a morte de uma pessoa querida. A doença combina fatores biológicos, psicológicos, sociológicos e ambientais.
Existem alguns sintomas que são comuns na depressão infantil, como: Dificuldade de se afastar da mãe, angústia, pessimismo, irritabilidade, agressividade, problemas para se alimentar, tronco arqueado, incapacidade de sentir prazer, apatia, isolamento social e desinteresse, insônia ou sono excessivo que não satisfaz, desatenção, dores freqüentes, agitação excessiva, baixa auto-estima e sentimento de inferioridade. Ao primeiro sinal de depressão, os pais e professores devem acolher a criança e encaminhá-la a um profissional o mais rápido possível.


ALTAS HABILIDADES


A preocupação com pessoas que se destacam por possuírem algum talento especial existe desde os tempos antigos, e hoje, a atenção dada às crianças com altas habilidades constitui uma das áreas da Educação Especial. A escola atual enfrenta divergências e resistências quanto ao atendimento a essas crianças. De um lado, têm-se professores despreparados para o trabalho que executam e para o atendimento das demandas que a sociedade exige; por outro lado, tem-se a atribuição que os professores determinam a essas crianças, de que elas não necessitam de um atendimento especial, pois "já sabem tudo" e "são boas em tudo" (NICOLOSO; FREITAS, 2002). No entanto, essas crianças, como qualquer outra de sua idade, necessitam de atendimento sério e competente. Quando uma criança muito habilidosa não é estimulada intelectualmente, podem aparecer alterações de comportamento como resposta à frustração que está experimentando. Conforme Ferreira e Souza (2001), é comum esses alunos se tornarem entediados, frustrados e retraídos diante da rotina escolar, que é determinada pela média da turma. Bulkool e Souza (2000) ainda enfatizam que em virtude da falta de apoio e de compreensão no meio ambiente, podem apresentar estados de indiferença, apatia e reações agressivas, chegando a ponto de ocultar seus próprios talentos. May (2000) ressalta que essas pessoas não apresentam altas habilidades em todas as áreas, e não são bem sucedidas em tudo, visto que suas habilidades intelectuais são avançadas, embora suas habilidades motoras e sociais são de idade apropriada. Este desenvolvimento irregular, segundo a autora, pode conduzir a frustração e a confusão para a criança e sua família.

TRANSTORNO DE CONDUTA

Um dos comprometimentos emocionais mais importantes da infância e adolescência é o Transtorno de Conduta, também chamado de Delinqüência, esse comportamento caracteriza-se por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social, agressiva ou desafiadora. O Transtorno de Conduta é uma doença essencialmente diagnosticada até os 18 anos. Além desta idade, é considerado Transtorno da Personalidade Anti-Social, até porque as implicações legais dos atos são interpretadas de formas diferentes. O Transtorno de Conduta é um dos quadros mais comuns em que o profissional de saúde se vê solicitado e também são os quadros que mais exigem das escolas e dos familiares, dentro da saúde mental. O sujeito que apresenta comportamentos agressivos, salienta-se que o mesmo esta precisando de ajuda, de um especialista.
Os problemas de comportamento nos escolares agridem, chamam a atenção e salientam que determinado aluno está precisando de ajuda e, portanto deve ser encaminhado para o especialista. Esses alunos, diferentes dos deprimidos ou dos somáticos, perturbam os professores, os outros alunos e seus familiares. São aqueles que podem quebrar sua autoridade em sala de aula,testando,controlando, e desafiando os papéis estabelecidos.

EPILEPSIA

A epilepsia é uma doença que tem como ponto de partida uma perturbação do funcionamento do cérebro, devido a uma descarga anormal de um determinado número de neurônios cerebrais. Esta descarga tem um início súbito e imprevisível e, de curta duração pode ir de segundos a minutos, raramente ultrapassando os 15 minutos mantendo-se o funcionamento cerebral normal entre as crises. As crises têm tendência a repetir-se ao longo do tempo sendo, contudo, a freqüência variável de pessoa para pessoa.
O diagnóstico de epilepsia é feito essencialmente pela conversa com o paciente ou acompanhante. A descrição das crises pelo paciente ou pelos seus familiares é a maior parte das vezes, suficiente para o médico fazer o diagnóstico de epilepsia e respectiva classificação. As mais freqüentes causas são quando as células cerebrais estão descarregando energia elétrica quando não deveriam. Mas não se sabe por que. A epilepsia pode aparecer após um trauma craniano ou ser causada por problema de saúde durante a gravidez, pode ainda ser um efeito tardio de doenças da infância, como sarampo.

TRANSTORNO DE TIQUES

Um tique é um movimento motor ou uma vocalização súbita, rápida, recorrente, sem ritmo e estereotipada. Ele é experimentado como algo incoercível, mas pode ser suprimido por períodos variáveis de tempo. Todas as formas de tique podem ser exacerbadas pelo estresse e atenuadas durante algumas atividades absorventes (por ex., ler ou coser), sendo em geral acentuadamente diminuídos durante o sono. Ambos os tiques, motor e vocal, podem ser classificados como simples ou complexos, embora os limites entre os dois não estejam bem definidos.

Os tiques motores simples comuns incluem piscar os olhos, contrair o pescoço, encolher os ombros, fazer caretas e tossir. Os tiques vocais simples comuns incluem pigarrear, grunhir, fungar, bufar e emitir sons guturais. Os tiques motores complexos comuns incluem gestos faciais, comportamentos afetados, saltar, tocar, bater o pé e cheirar objetos.

Os tiques vocais complexos comuns incluem repetições de palavras ou frases fora de contexto, coprolalia (uso de palavras socialmente inaceitáveis, freqüentemente obscenas), palilalia (repetição dos próprios sons ou palavras) e ecolalia (repetição da última palavra, som ou frase ouvida). Outros tiques complexos incluem ecocinesia (imitação dos movimentos de outra pessoa).

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